Vicariato Episcopal Norte




terça-feira, 13 de agosto de 2019


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

O ser humano, a nossa preocupação como católicos

A Edições CNBB preparou este material para que você possa se aprofundar no tema e no lema da Campanha da Fraternidade de 2019.

Tema: Fraternidade e Políticas Públicas
Lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27)


  • Aula 1 - O que são políticas públicas?
    Nesta primeira aula, de forma breve e didática, somos levados a refletir sobre qual o papel do Estado, do governo e dos cidadãos. Há direitos previstos na Constituição, mas que precisam de políticas públicas para vigorarem de modo permante.
  • Aula 2 - "Serás libertado pelo direito e pela justiça"
    A segunda aula propõe uma reflexão sobre a dimensão participativa dos cristãos na política. Nós temos o subsídio da Doutrina Social da Igreja que dispensa qualquer bandeira ideológica e nos ensina, a exemplo de Cristo, a caminhar para relações mais solidárias e caridosas.
  • Aula 3 - Fé e vida não se separam
    Não são grupos ou bandeiras ideológicas que devem ocupar o centro das nossas preocupações no que diz respeito às políticas públicas, mas o ser humano.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Curso com o biblista Prof.Carlos Frederico Schlaepfer

Na literatura do Antigo Testamento existem alguns livros pouco conhecidos e que, embora estejam enquadrados como históricos, tais como Rute, Judite e Ester, ou proféticos, como Jonas, na verdade são histórias edificantes do gênero novelístico. Neste curso, o professor Carlos Frederico Schlaepfer, doutor em Teologia Bíblica pela PUC-Rio, irá apresentar aspectos deste tipo de literatura, que podem revelar intenções dos autores através do tempo e o ambiente no qual se inserem. Participe! Inscreva-se no nosso site: http://www.centroloyola.puc-rio.br/cursos/novelas-biblicas-rute-judite-ester-e-jonas/

sexta-feira, 28 de abril de 2017

A Comunidade em defesa da vida

A Comunidade em defesa da vida: Círculos bíblicos sobre a Primeira Carta aos Tessalonicenses

Livreto: R$3,50

O lema do Mês da Bíblia deste ano de 2017 é “Anunciar o Evangelho é doar a própria vida” (cf. 1Ts 2,8). Por isso, em nossas comunidades o estudo bíblico terá como principal objetivo o anúncio do Evangelho de Jesus em defesa de todas as formas de Vida.

O livro bíblico que vai nos ajudar a aprofundar este assunto é a Primeira Carta de Paulo aos Tessalonicenses (1Ts). Na verdade, esta carta não é só de Paulo, mas da equipe missionária que o acompanhava em sua segunda viagem evangelizadora. Diz a introdução da carta: “Paulo, Silas e Timóteo à Igreja de Tessalônica, em Deus Pai, e no Senhor Jesus Cristo. A vós graça e paz!” (1Ts 1,1). Escrita em Corinto, esta carta de Paulo, Silas e Timóteo aos Tessalonicenses é o primeiro escrito do Novo Testamento e o mais antigo documento cristão.

Código:  PNV349
Editora: CEBI
ISBN: 9788577332724
Número de páginas: 28

Autoria/Organização
Carlos Mesters e Francisco Orofino

sábado, 24 de dezembro de 2016

CALENDÁRIO CBs e CF 2017
Vicariato Norte
Não haverá retiro.
21/01/17 - 9h às 11h30 – Estudo Conjunto do Texto Base da CF 2017

28/01/17 - 9h às 11h30 – Estudo Conjunto do Texto Base da CF 2017

04/02/17 - 9h às 11h30 – Pré-Anúncio da CF 2017 no Vicariato Norte

18/02/17 - 8h às 2h – Anúncio da CF 2017 na Arquidiocese do Rio de Janeiro

01/03/17 ‐ Todas as Missas ‐ Abertura da CF 2017 em todas as Paróquias (Quarta‐feira de Cinzas)

25/03/17 ‐ 9h às 11h ‐ Reunião de Coordenação Círculos Bíblicos

08/04/17 - 8h30 às 11h30 – Manhã de Formação dos Círculos Bíblicos

02 e 03/06/17 - Peregrinação Arquidiocesana dos CBs a Aparecida.

17/06/17 ‐ 9h às 11h ‐ Reunião de Coordenação Círculos Bíblicos)

05/08/17 ‐ 9h às 11h ‐ Reunião de Coordenação Círculos Bíblicos

02/09/17 ‐ 8h às 12h ‐ Assembleia Vicarial dos Círculos Bíblicos

25/11/17 ‐ 15 às 17h - Curso de Formação – Animadores de CBs

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Tema e lema para o Mês da Bíblia 2017

Tema: para que n´Ele nossos povos tenham vida – Primeira Carta aos Tessalonicenses. 
Lema: Anunciar o Evangelho e doar a própria vida
(cf. 1Ts 2, 8). 

Logo no início de 2017 publicaremos o texto base e também os roteiros para encontros bíblicos.

Grande abraço!
Deus abençoe sempre você, sua família, vocação e missão!

Pe. Antonio Marcos Depizzoli
Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
SE/Sul - Quadra 801 - Conjunto "B"
70200-014 - Brasília - DF

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É importante observar que as reflexões sobre o tema e lema para o Mês da Bíblia acontecem desde o início do ano.
Portanto, constar na programação dos CBs paroquiais, a partir de janeiro/17.

A Palavra de Deus na Bíblia (72): Interpretação e tradução da Bíblia     

Pe. Pedro Paulo Alves dos Santos - Doutor em Teologia Bíblica
    
02/12/2016 17:45 - Atualizado em 02/12/2016 17:45

Neste artigo concluiremos a seção tão importante sobre o “Papel dos Diversos Membros da Igreja na Interpretação bíblica”, para iniciar a questão da função do exegeta na Igreja:
Reconhecendo a diversidade de dons e de funções que o Espírito coloca a serviço da comunidade, particularmente o dom de ensinar (1 Co 12,28-30; Rm 12,6-7; Ef 4,11-16), a Igreja concede sua estima àqueles que manifestam uma capacidade particular de contribuir à construção do Corpo do Cristo pela competência que têm na interpretação da Escritura (Divino afflante Spiritu, 46-48, E. B., 564-565; Dei Verbum, 23; PCB, Instrução sobre a historicidade dos Evangelhos, Introd.). Se bem que seus trabalhos não tenham sempre obtido o encorajamento que se lhes dá agora, os exegetas que colocam seu saber a serviço da Igreja encontram-se situados em uma rica tradição que se estende desde os primeiros séculos, com Orígenes e Jerônimo, até os tempos mais recentes, com o padre Lagrange e outros, e prolonga-se até nossos dias1.

Sim, os exegetas têm um papel discreto, mas importante, entre aqueles de outros cristãos. Eles situam-se na teia da Igreja, que tem por obrigação e dom, refletir sobe a relevância da interpretação da Igreja na decorrer de sua trajetória e missão: ‘manifestam uma capacidade particular de contribuir à construção do Corpo do Cristo pela competência que têm na interpretação da Escritura’.
Particularmente a pesquisa do sentido literal da Escritura, sobre o qual doravante insiste-se tanto, requer os esforços conjugados daqueles que têm competências em matéria de línguas antigas, de história e de cultura, de crítica textual e de análise de formas literárias, e que sabem utilizar os métodos da crítica científica.

Além desta atenção ao texto em seu contexto histórico original, a Igreja confia em exegetas animados pelo mesmo Espírito que inspirou a Escritura para assegurar que “um maior número possível de servidores da Palavra de Deus esteja à altura de oferecer efetivamente ao povo de Deus o alimento das Escrituras” (Divino afflante Spiritu, 24; 53-55; E. B., 551, 567; Dei Verbum, 23; Paulo VI, Sedula cura [1971]). Um motivo de satisfação é dado à nossa época pelo número crescente de mulheres exegetas, que trazem mais de uma vez à interpretação da Escritura novas visões mais penetrantes e colocam em evidência aspectos que tinham caído no esquecimento2.

A Igreja destaca a presença, nunca totalmente extinta da voz feminina na exegeta cristã, dada a extensa carreira de doutoras no trajeto da interpretação bíblica ao longo da História da Igreja.
Se as Escrituras, como se lembrou acima, são o bem da Igreja inteira e fazem parte da “herança da fé” que todos, pastores e fiéis, “conservam, professam e colocam em prática em um esforço comum”, é bem verdade no entanto que a “tarefa de interpretar de maneira autêntica a Palavra de Deus, transmitida pela Escritura ou pela Tradição, foi confiada unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade exerce-se em nome de Jesus Cristo” (Dei Verbum, 10).

Assim, em última análise, é o Magistério que tem a tarefa de garantir a autenticidade de interpretação e de indicar, quando ocorre, que uma ou outra interpretação particular é incompatível com o autêntico Evangelho. Ele desempenha encargo no interior da koinônia3 do Corpo, exprimindo oficialmente a fé da Igreja para servir a Igreja; para este efeito ele consulta teólogos, exegetas e outros expertos, dos quais reconhece a legítima liberdade e com os quais permanece ligado por uma relação recíproca com o fim comum de “conservar o povo de Deus na verdade que torna livre” (CDF, Instrução sobre a vocação eclesial do teólogo, 21)4.

No serviço único e indispensável do magistério, a consulta a exegetas e teólogos católicos exprime a Koinonia da Igreja e a dignidade dos carismas na construção da Igreja inteira, pela Verdade que liberta!

A tarefa dos exegetas
A tarefa dos exegetas católicos comporta vários aspectos. É uma tarefa de Igreja, pois ela consiste em estudar e explicar a Santa Escritura de maneira a colocar todas as riquezas à disposição dos pastores e dos fiéis. Mas é ao mesmo tempo uma tarefa científica que coloca o exegeta católico em relação com seus colegas não católicos e com vários setores da pesquisa científica. De outro lado, esta tarefa compreende ao mesmo tempo o trabalho de pesquisa e aquele de ensinamento. Tanto um como outro concluem normalmente em publicações5.
Referências:
3Koinonia é uma palavra de origem grega e significa “comunhão”. Este termo se tornou muito comum entre os cristãos, sendo utilizado no sentido de companheirismo, participação, compartilhamento e contribuição com o próximo e com Deus. Com a tradução da bíblia hebraica para o grego, o termo koinonia foi inserido no Novo Testamento, aparecendo pela primeira vez no livro de Atos 2:42, explicando como a vida cristã era compartilhada pelos crentes de Jerusalém. Cf. https://www.significados.com.br/koinonia/
5http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html#IV

arqrio.org/formacao/detalhes/1540/a-palavra-de-deus-na-biblia-72-interpretacao-e-traducao-da-

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Aprofundamento para o Mês da Bíblia 2016

Mês da Bíblia 2016! 

Tema: Para que n'Ele nossos povos tenham vida
Livro de Miqueias

Lema: "Praticar a justiça, amar a misericórdia e caminhar com Deus" (cf. Mq 6,8)

Os Círculos Bíblicos e as pastorais em geral já podem ir se aprofundando no Livro de Miqueias e preparar palestras em suas paróquias para o mês de setembro.

"8. Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?

9. A voz do Senhor clama à cidade e o que é sábio verá o teu nome. Ouvi a vara, e quem a ordenou.

10. Ainda há na casa do ímpio tesouros da impiedade, e medida escassa, que é detestável?

11. Seria eu limpo com balanças falsas, e com uma bolsa de pesos enganosos?

12.Porque os seus ricos estão cheios de violência, e os seus habitantes falam mentiras e a sua língua é enganosa na sua boca".
Miquéias 6:8-12

sábado, 18 de julho de 2015

Permanecei no meu amor: círculos bíblicos sobre o Evangelho de João

Entre a ressurreição de Jesus e a confecção definitiva do Evangelho de João, passaram-se mais ou menos setenta anos. É muito tempo! Ao longo deste período, aconteceram muitas coisas que influenciaram a maneira de viver a fé em Jesus e de transmitir as suas palavras para a comunidade. 
Autoria/Organização
Francisco Orofino
FRANCISCO OROFINO é leigo católico, professor de Teologia Bíblica em Nova Iguaçu (RJ) e também, assessor do CEBI e do ISER Assessoria.
Mercedes Lopes
MERCEDES LOPES, é licenciada em Teologia e Bíblia pela UBL da Costa Rica, diplomada em 
Espiritualidade pela PUC de Madri, mestre e doutora em Ciências da Religião, pela UMESP, na área de literatura e religião no mundo bíblico. É assessora do CEBI e CRB (RJ). Assessora grupos de leigos e da VRC no Brasil e em demais países da América Latina.
Carlos Mesters

CARLOS MESTERS é frade carmelita desde 1951. Estudou a Bíblia, em Roma e em Jerusalém, de 1954 a 1963. Foi professor de Bíblia no seminário em São Paulo e em Belo Horizonte, de 1963 a 1973. Desde então trabalha com a Bíblia nas Comunidades Eclesiais de Base. Participa do CEBI desde o seu início até os dias atuais, sendo um grande incentivador da Leitura Popular da Bíblia através dos círculos bíblicos e das Comunidades Eclesiais de Base. Sua obra insere-se na corrente da teologia da libertação.
    • Código: PNV325
    • Editora: CEBI
    • ISBN: 978-85-7733-231-1
    • Número de páginas: 44

Curso Para Além do Já: A Escatologia do Concílio Vaticano II

Entre os dias 1 de agosto e 29 de setembro, sempre às terças-feiras, das 19h às 21h, o Centro Loyola oferece o curso Para Além do Já: a Escatologia do Concílio Vaticano II, com o professor Renato da Silveira Borges Neto. O professor fará, em cinco encontros, considerações sobre a Escatologia Cristã, indicada pelo Concílio Vaticano II como uma realidade dinâmica da vida da Igreja – elemento que atravessa toda a história da salvação – em superação à visão clássica, em geral estática, da proposta escatológica manualística e pré-conciliar. Serão analisados, principalmente, dois documentos do Vaticano II onde a visão escatológica conciliar aparece mais clara: a Constituição Dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja (nn. 48-51) e a Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo contemporâneo (nn. vários). O professor Renato Borges Neto é Doutor em Teologia Dogmática pela Pontificia Università di San Tommaso d’Aquino (Roma), professor do Instituto Superior de Teologia (ISTARJ) e do Instituto Superior de Ciências Religiosas (ISCR). A Carga Horária Total é de 10 horas/aula, com certificado para os alunos que frequentarem 75% das aulas. O curso será na Bambina, 115, em Botafogo. Há estacionamento gratuito no local, que fica próximo à estação do Metrô de Botafogo (saída pela rua São Clemente). Investimento: R$ 160 ou duas parcelas de R$ 80 (para inscritos até dia 5 de agosto). Inscreva-se aqui.

Informações:
www.clfc.puc-rio.br
cloyola@puc-rio.br
(21) 3527-2010 / 2011/ 2012

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Relações fundamentais do ser humano

As Quatro relações fundamentais do ser humano vividas no EGOÍSMO (fechamento ao dom de Deus)

Na relação com Deus: O ser humano não O aceita como seu Senhor e não deseja manter uma relação com Deus, onde é preciso haver amor, respeito e obediência. Muitas vezes cria um “deus” segundo suas necessidades e conveniências, pois assim é mais cômodo. Acha que se basta, que sabe onde pode encontrar sua felicidade. Não havendo a relação fundante criasse um vazio que será logo preenchido pelo próprio homem e seus deuses (dinheiro, sucesso, drogas, fama, sexo...).
Esse desequilíbrio gera toda uma desordem em suas outras relações. Vejamos como isso se dá:
Na relação consigo mesmo: O ser humano a vive na mentira sobre si mesmo, pois se acha perfeito, sem erros e poderoso (um verdadeiro deus).
Na relação com o outro: O ser humano domina, manipula e não dá espaço para que o outro/a possa ser alguém. Usa as pessoas como se fossem objetos que lhe servem e que podem ser descartados quando não são mais necessários. Não aceita o outro/a em sua diferença e originalidade.
Na relação com o mundo: O ser humano destrói a natureza, pois o que lhe interessa é seu próprio prazer. Com os outros bens ele se escraviza, pois passa a depender do carro, do dinheiro, da casa, da roupa de marca, da bebida, das drogas, do sexo, da beleza, da juventude, do prestígio, do poder... para ser feliz.
Vemos na descrição dessas relações vividas no egoísmo, situações de não-salvação.

As quatro relações fundamentais do ser humano vividas no AMOR
(abertura ao Dom de Deus)
Na relação com Deus: O ser humano é chamado a ser filho/a e vive na sua amizade e intimidade, aceitando sua condição de criatura e suas limitações, obedecendo filialmente Àquele que é a Fonte de sua existência, mas uma obediência sem medo, respondendo ao amor de seu Pai.
Na relação com as outras pessoas: O ser humano é chamado a ser irmão/ã, a relacionar-se com seu próximo no amor, uma vez que todos são filhos/as de Deus, amados por Ele. Não há dominação de uns sobre os outros, nem manipulações, nem opressão, nem injustiças, nem ódios entre os filhos/as de Deus. Aceita o outro/a como diferente de si mesmo/a e o respeita em sua individualidade.
Na relação com o mundo: O ser humano é chamado a ser senhor. Deve ser representante de Deus no mundo, de sorte que Deus continue, através do homem e da mulher, agindo e criando. Ser imagem e semelhança de Deus exprime também essa vocação ao senhorio, a ser livre diante de todas as criaturas. Além disto, deve ter uma atitude de agradecimento e louvor diante de tudo criado.
Na relação consigo mesmo: O ser humano é chamado a se amar e respeitar, conhecendo-se na verdade.Tendo consciência de que é criatura e não Deus. Criatura única e irrepetível, filho/a amado/a de Deus.

Vemos na descrição dessas relações vividas no amor, situações de salvação.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS
CARTA CIRCULAR: O SIGNIFICADO RITUAL DO DOM DA PAZ NA MISSA
1. "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz"[1], são as palavras com as quais Jesus promete aos discípulos reunidos no cenáculo, antes de enfrentar a paixão, o dom da paz, para infundir-lhes a gozosa certeza de sua presença permanente. Depois de sua ressurreição, o Senhor leva ao termo sua promessa apresentando-se no meio deles, no lugar em que se encontravam por temor aos Judeus, dizendo: "A paz esteja convosco!"[2]. A paz, fruto da Redenção que Cristo trouxe ao mundo com sua morte e ressurreição, é o dom que o Ressuscitado segue oferecendo hoje a sua Igreja, reunida para a celebração da Eucaristia, de modo que possa testemunhá-la na vida de cada dia.

2. Na tradição litúrgica romana o sinal da paz, colocado antes da Comunhão, tem um significado teológico próprio. Este encontra seu ponto de referência na contemplação eucarística do mistério pascal - diversamente de como fazem outras famílias litúrgicas que se inspiram na passagem evangélica de Mateus (cf. Mt 5, 23) - apresentando-se assim como o "beijo pascal" de Cristo ressuscitado presente no altar [3]. Os ritos que preparam a comunhão constituem um conjunto bem articulado dentro do qual cada elemento tem seu próprio significado e contribui ao sentido do conjunto da sequência ritual, que conduz à participação sacramental no mistério celebrado. O sinal da paz, portanto, se encontra entre o Pater noster - ao qual se une mediante o embolismo que prepara ao gesto da paz - e a fração do pão - durante a qual se implora ao Cordeiro de Deus que nos dê sua paz -. Com este gesto, que significa a paz, a comunhão e a caridade"[4], a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana, e os fiéis expressam a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes da comunhão sacramental"[5], isto é, a comunhão no Corpo de Cristo Senhor.

3. Na Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis o papa Bento XVI havia confiado a esta Congregação a tarefa de considerar a problemática referente ao sinal da paz[6], com o fim de salvaguardar o valor sagrado da celebração eucarística e o sentido do mistério no mundo da Comunhão sacramental: "A Eucaristia é por sua natureza sacramento da paz. Esta dimensão do Mistério eucarístico se expressa na celebração litúrgica de maneira específica com o gesto da paz. Trata-se indubitavelmente de um sinal de grande valor (cf. Jo 14, 28). Em nosso tempo, tão cheio de conflitos, este gesto adquire, também a partir ponto de vista da sensibilidade comum, um relevo especial, já que a Igreja sente cada vez mais como tarefa própria pedir a Deus o dom da paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana. [...] Por isso se compreende a intensidade com que se vive frequentemente o rito da paz na celebração litúrgica. A este propósito, contudo, durante o Sínodo dos bispos se viu a conveniência de moderar este gesto, que pode adquirir expressões exageradas, provocando certa confusão na assembléia precisamente antes da Comunhão. Seria bom recordar que o alto valor do gesto não fica diminuído pela sobriedade necessária para manter um clima adequado à celebração, limitando por exemplo a troca da paz aos mais próximos"[7].

4. O Papa Bento XVI, além de destacar o verdadeiro sentido do rito e do sinal da paz, punha em evidência seu grande valor como colaboração dos cristãos, para preencher, mediante sua oração e testemunho, as angústias mais profundas e inquietantes da humanidade contemporânea. Por esta razão, renovava seu convite para cuidar este rito e para realizar este sinal litúrgico com sentido religioso e sobriedade.

5. O Discasterio, baseado pelas disposições do Papa Bento XVI, dirigiu-se às Conferências dos bispos em maio de 2008 pedindo seu parecer sobre se manter o sinal da paz antes da Comunhão, onde se encontra agora, ou se mudá-lo a outro momento, com o fim de melhorar a compreensão e o desenvolvimento de tal gesto. Traz uma profunda reflexão, se viu conveniente conservar na liturgia romana o rito da paz em seu lugar tradicional e não introduzir mudanças estruturais no Missal Romano. Oferecem-se na continuação algumas disposições práticas para expressar melhor o conteúdo do sinal da paz e para moderar os excessos, que suscitam confusão na assembléias litúrgica antes da Comunhão.

6. O tema tratado é importante. Se os fiéis não compreendem e não demonstram viver, em seus gestos rituais, o significado correto do rito da paz, debilita-se o conceito cristão da paz e se vê afetada negativamente sua própria frutuosa participação na Eucaristia. Portanto, junto às precedentes reflexões, que podem constituir o núcleo de uma oportuna catequese a respeito, para a qual se ofereceram algumas linhas orientativas, submete-se a prudente consideração das Conferências dos bispos algumas sugestões práticas:
a) Esclarece-se definitivamente que o rito da paz alcança já seu profundo significado com a oração e o oferecimento da paz no contexto da Eucaristia. O dar-se a paz corretamente entre os participantes na Missa enriquece seu significado e confere expressividade ao próprio rito. Portanto, é totalmente legítimo afirmar que não é necessário convidar "mecanicamente" para se dar a paz. Se se prevê que tal troca não se levará ao fim adequadamente por circunstâncias concretas, ou se retem pedagogicamente conveniente não realizá-lo em determinadas ocasiões, pode-se omitir, e inclusive, deve ser omitido. Recorda-se que a rúbrica do Missal disse: Deinde, pro opportunitate, diaconus, vel sacerdos, subiungit: Offerte vobis pacem"[8].
b) Baseado nas presentes reflexões, pode ser aconselhável que, com ocasião da publicação da terceira edição típica do Missal Romano no próprio País, ou quando se façam novas edições do mesmo, as Conferências considerem se é oportuno mudar o modo de se dar a paz estabelecido em seu momento. Por exemplo, naqueles lugares em nos quais se optou por gesto familiares e profanos de saudação, traz a experiência destes anos, poderiam-se substituir por gestos mais apropriados.
c) De todos os modos, será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como:
- A introdução de um "canto para a paz", inexistente no Rito romano [9].
- Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz.
- Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis.
- Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exequias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes[10].
d) Convida-se igualmente a todas as Conferências dos bispos a preparar catequeses lirtúgicas sobre o significado do rito da paz na liturgia romana e sobre seu correto desenvolvimento na celebração da Santa Missa. A este propósito, a Congregação para o Culto Divino e a Disiciplina dos Sacramentos acompanha a presente carta com algumas pistas orientativas.

7. A íntima relação entre lex orandi e lex credendi deve obviamente estender-se a lex vivendi. Conseguir hoje um compromisso sério dos católicos frente a construção de um mundo mais justo e pacífico implica uma compreensão mais profunda do significado cristão da paz e de sua expressão na celebração litúrgica. Convida-se, então, com insistência a dar passos eficazes em tal matéria já que dele depende a qualidade de nossa participação eucarística e o que nos vejamos incluídos entre os que merecem a graça prometida nas bem-aventuranças aos que trabalham e constroem a paz[11].

8. Ao finalizar estas considerações, exorta-se aos bispos, e sob sua guia, aos sacerdotes a considerar e aprofundar no significado espiritual do rito da paz, tanto na celebração da Santa Missa como na própria formação litúrgica e espiritual ou na oportuna catequese aos fiéis. Cristo é nossa paz[12],a paz divina, anunciada pelos profetas e pelos anjos, e que Ele trouxe ao mundo com seu mistério pascal. Esta paz do Senhor Ressuscitado é invocada, anunciada e difundida nas celebração, também através de um gesto humano elevado ao âmbito sagrado.

O Santo Padre Francisco, no dia 7 de junho de 2014, aprovou e confirmou o que se contém nesta Carta circular, preparada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, e ordenou sua publicação.
Na sede da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, ao dia 08 de junho de 2014, na solenidade de Pentecostes.
Antonio Card. CAÑIZARES LLOVERA
Prefeito
Arthur ROCHE
Arcebispo Secretário