Katiuska Cáceres Pavez
I. A ANIMAÇÃO BÍBLÍCA DA PASTORAL NA VERBUM DOMINI
1. Vida pastoral e Palavra de Deus
1.1 A animação bíblica da pastoral do Povo de
Deus
A- Um pouco de história...
B- De tal eclesiologia, tal pastoral
C- Identidade da Animação bíblica da pastoral
(ou ABP)
1.2 Formação dos cristãos e Palavra de De
II. COMO ORGANIZAR A ABP NA
VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA?
1. As
estruturas pastorais da Igreja.
2.
Estratégias para a implementação da ABP nas estruturas pastorais da
III. COMO IMPLEMENTAR A ABP NA VIDA E NA MISSÃO DA IGREJA?
1.1 Compreender o desafio da
ABP à luz da experiência eclesial.
1.2 Descobrir organicamente
as instâncias para ABP a partir do contexto sociocultural no qual estamos
situados.
1.3 Definir algumas tarefas
da ABP segundo o modelo que nos é apresentado pelas OOPPABP.
1.4 Desenvolver um exercício
de Lectio divina e partilhá-lo com
outras equipes pastorais.
1. 5 Elaborar um plano de
trabalho para a ABP.Como
I. A ANIMAÇÃO BÍBLICA DA PASTORAL NA VERBUM DOMINI
(Segunda parte nºs 50-89)
Visão de conjunto
A segunda parte da Exortação Verbum Domini, intitulada Verbum
in Ecclesia ou “A Palavra na Igreja”, subdivide-se – por sua vez – em três
partes: “A Palavra de Deus e a Igreja” (n. 50-51), “A liturgia, lugar privilegiado
da Palavra de Deus” (n. 52-71) e “A Palavra de Deus na vida eclesial”.
Duas visões complementam-se: a Palavra de Deus é vista
no seio da Igreja e nas suas celebrações de fé (a Liturgia) e, logo, vê-se o
que a Igreja está chamada a fazer para servir aos discípulos de Jesus com a
Palavra de Deus (a Pastoral dos cristãos).
Na Palavra de Deus e vida eclesial (n. 72-89)
destaca-se o da animação bíblica da pastoral do povo de Deus, a formação
bíblica dos cristãos, a centralidade da Palavra para a vida na fidelidade das
vocações específicas (sacerdotes, consagrados, leigos, matrimônios e famílias)
e a leitura orante da Sagrada escritura ou Lectio
divina, a qual se dedicam dois números (n. 86-87).
Dessa segunda
parte da Verbum Domini (n. 50-89),
direcionamos nosso olhar na animação bíblica da pastoral do povo de Deus (n.
73), a formação bíblica dos cristãos (n. 75) e a Lectio divina (n. 86-87)
1. Vida pastoral e Palavra de Deus
1.1- A animação bíblica da pastoral do Povo
A- Um pouco de história
No início do século XX, antes da Constituição Dei Verbum do ano 1965, estava desenvolvendo-se o chamado movimento bíblico católico, que em sua
origem foi uma iniciativa mais carismática que institucional, e que buscava
responder sobretudo a três desafios:
a- Distribuir a Bíblia.
b- Apresentar a mensagem divina, para a qual insistia-se no sentido
religioso do sagrado.
c- Valorizar a interpretação da Sagra
Escritura praticada pelos Padres da Igreja.
Sob o amparo deste movimento bíblico surgiam escolas
bíblicas, círculos bíblios, as “histórias sagradas”, dicionários e revistas
bíblicas..., cada vez mais a serviço do povo fiel. A tarefa nem sempre foi
fácil. Muitos fieis leigos e pastores olhavam com receio este empenho, pois o
emprego e estudo das Escrituras era
tido como patrimonio das igrejas protestantes e evangélicas.
A celebração do Concílio
Ecumênico Vaticano II e Constituições como a Dei Verbum[1] e Sacrosanctum Concilium[2] assumem
os caminhos que já estavam abrindo-se em relação à função da Bíblica na Igreja,
a ponto que a intensidade e qualidade do impulso que abriu a Dei Verbum fez com que se passasse do
“movimento bíblico” à “pastotal bíblia” ou “apostolado bíblico”.
Por apostolado
bíblico ou pastoral bíblica entendiam-se
aquelas atividades pastorais que tem por finalidade “fazer conhecer a Bíblia
como Palavra de Deus e fonte de vida”; falamos, portanto, de todas aquelas
iniciativas que possuem por objeto “a Bíblia” como, por exemplo, “formação de
grupos bíblicos, conferências sobre a Bíblia, semanas bíblicas, publicação de
revistas e livros, etc.”[3].
A pastoral bíblica, pois, é a
“pastoral que se ocupa da Bíblia”; difundir e torná-la conhecida é sua
finalidade. Os progressos na pastoral bíblica
foram notáveis, suscitando-se por toda parte, novas e enriquecedoras
iniciativas que favoreciam a leitura crente da Sagrada Escritura e a formação de grupos e círculos centrados nela.
Aqueles eram
tempos em que se procuravam pastorais diversificadas para atender os diversos
campos de evangelização da Igreja e, nesse conjunto, inseria-se a “pastoral
bíblica”. Com uma pastoral a mais, na pastoral de conjunto, a
pastoral bíblica, não demonstrava que a Palavra de Deus, que a Bíblia contém a alma da evangelização como pedia o
Concílio Ecumênico Vaticano II: que toda “a pregação da Igreja, como toda a
religião cristã” alimente-se e reja-se pela Escritura[4].
Por essa e outras razões, nos vários episcopados latino-americanos e
publicações eclesiais como no Documento
de Aparecida (n. 248), a pastoral
bíblica apresenta-se de modo diverso: como animação bíblica da pastoral do Povo de Deus, perspectiva que
assume a Verbum Domini. E não se
trata somente de uma mudança de nome ou de uma ênfase sem maior importância,
senão, de uma mudança de mentalidade
em ordem a animar o discipulado missionário e o serviço da Igreja ao mundo.
B- Como a Eclesiologia, tal a Pastoral
A eclesiologia subjacente à pastoral de cristandade é a de “povo de Deus” de antes do Concílio
Ecumênico Vaticano II, caracterizada por um notável “eclesiocentrismo”,
derivado da concepção da Igreja como “corpo místico de Cristo”. Essa
eclesiologia sustentava que a Igreja, entre tantas sociedades e nações, é a
“sociedade perfeita” nesta terra, e as características que se enfatizavam eram
as jurídicas “em detrimento de uma concepção histórica e sacramental”[5].
Produto dessa eclesiologia de concepção piramidal era uma pastoral cujos
protagonistas são os que receberam o sacramento da ordem a quem o povo fiel tem
que escutar e obedecer. Sem dúvida, que assim como tinha alguns valores, também
tinha debilidades[6].
Os Bispos em Aparecida nos pedem para instaurar uma pastoral orgânica “renovada e vigorosa”
que sirva “melhor às necessidades dos fieis”[7],
procurando “uma resposta consciente e eficaz” às exigências do mundo de hoje[8].
Essa pastoral, por certo, deve sustentar-se na eclesiologia do Concílio
Ecumênico Vaticano II que tem por modelo o Mistério trinitário e, numa mais
profunda compreensão do ensinamento paulino sobre a Igreja, Corpo de Cristo, de
quem – como Cabeça do Corpo – provém sua vitalidade e fecundidade. Desse modo
fica mais claro que a Igreja, ícone da Trindade, é a comunhão de discípulos
missionários, com ministérios e carisma, ao serviço de sua Cabeça e do mundo,
na qual e mediante a qual o Espírito faz contemporânea a boa nova do Reino.
Nessa Igreja existe uma igualdade substancial e
vocação de seus membros ao discipulado missionário e santidade de vida, e a
evangelização é entendida como responsabilidade de todos, exigência dos
sacramentos de iniciação cristã. Para isso deve favorecer efetivamente a
“corresponsabilidade eclesial” de todo cristão. Além disso, requer uma clara
vontade de colocar, mediante a conversão pastoral, as estruturas administrativas
e evangelizadoras da Igreja a serviço da vocação e missão do povo cristão e do
serviço à sociedade[9].
Nenhuma pastoral pode pensar-se como compartimento fechado que basta a si
mesmo. A eclesiologia do Vaticano II e a pastoral orgânica que dela se deriva é
o marco bíblico-teológico apropriado para entender a Palavra de Deus que a Sagrada Escritura consigna não é
propriedade de “uma pastoral”, isto é, não pode ser concebida como objeto
específico de “uma pastoral” justaposta a outras pastorais.
Se a Palavra é Vida nova com que a Cabeça nutre o seu
Corpo para que viva em comunhão com ele e mediante ministérios e carismas
proclame o Reino, o acesso a Palavra é um direito de todo o povo de Deus, fieis
leigos e pastores. Prescindir a Vida da Cabeça é renunciar a vinculação com
Jesus Cristo e ao anúncio da Boa nova.
A partir dessa eclesiologia, que sustenta a pastoral
orgânica, chegou o momento de precisar o que é a “animação bíblica da
pastoral”.
C- Identidade
da Animação bíblica da pastoral (ou ABP)
A finalidade da “pastoral bíblica” é a mesma que teve
Jesus com os discípulos de Emaús quando explicou-lhes as Escrituras e partiu-lhes o Pão: familiarizá-los “com a profundidade
da Redenção”[10]. A
“pastoral não está para oferecer a Sagrada
Escritura, senão a Palavra de Deus que essa contém ou consigna e é a que
redime.
A convicção profunda que sustenta a animação bíblica
da pastoral é que o texto sagrado, por sua própria natureza, é um acontecimento
de comunicação ao serviço da revelação divina: Deus, por Jesus Cristo, se
oferece a todos os homens em diálogo de comunhão para a salvação de todo o que
se abre a tal dom[11].
A Palavra nos leva a um melhor conhecimento de sua obra e sua pessoa, e
enquanto Palavra de Deus e “plenitude da revelação divina” manifesta o mistério
e a vontade do Pai, a quem não se conhecer senão por seu Filho, Palavra feita
carne[12].
As Escrituras que consignam a Palavra
de Deus criam o encontro com o Senhor em quem, de verdade, a escuta e obedece[13]
.
Como a Palavra de Deus é Jesus Cristo que salva e que
a Sagrada Escritura por autoridade e
inspiração transmite, a “pastoral bíblica” não pode ser uma a mais, entre as
outras pastorais que a Igreja oferece para evangelizar. A Palavra de Deus está
chamada a ser a alma de toda a
pastoral ou a seiva que nutre de
vitalidade salvífica a atividade evangelizadora da Igreja. Nas palavras de
BENTO XVI, está chamada a ser “o coração de toda a atividade eclesial”[14].
O que faz
presente Jesus e o seu Reino, com sua força de redenção, não são “as
pastorais”, por efetivas e organizadas que sejam, mas a escuta fiel da Palavra
do Senhor e o abrir a vida à sua Vida pelos sacramentos. Porque a Palavra de
Deus é fonte de salvação, o primeiro compromisso da Igreja é escutá-la; somente
então, a Igreja chamada “a anunciar a Palavra que salva (cfr. Rm 1, 14)”[15].
Por isso sua irrenunciável missão de oferecer o encontro pessoal e comunitário
com a Palavra de Deus que a Bíblia contém[16].
E porque somente a Palavra de Deus, Jesus Cristo, é quem salva, a oferta tem
que dirigir-se a todos, não somente aos interessados em constituir uma pastoral
que se ocupe da Bíblia.
Para que a Palavra de Deus consignada na Sagrada Escritura seja anunciada a todos
e constitua-se na alma da evangelização,
a chamada “pastoral bíblica” deve mudar de enfoque. Embora seu objeto seja a difusão e o conhecimento “da Bíblia” reduz-se aos
interessados nos livros bíblicos e nas questões bíblicas do momento. O enfoque
tem que ser distinto: como a Palavra de Deus que a Sagrada Escritura transmite é salvação para todo o que crê, a
Bíblia é sujeito – e não objeto – da evangelização e, ao mesmo tempo,
fundamento e sustento das atividades pastorais da Igreja. Dito de outra
maneira: se a Sagrada Escritura
consigna “o depósito sagrado da Palavra de Deus” [17]que
deve ser proclamada a todos os homens e em toda circunstância (2Tm 4, 2), ela,
necessariamente, tem que estar inspirando, sustentando e dando conteúdo à
evangelização, e a pastoral orgânica a seu serviço. Essas, sem a Palavra de
Deus (como sem a Eucaristia), se tornam vazias de significado e vida.
Portanto, porque a Escritura
contém a Palavra de Deus é fundante e transversal a todas as pastorais e é fonte e conteúdo da
missão da Igreja, enviada a suscitar e acompanhar o discípulo missionário. A
Palavra de Deus que a Bíblia transmite é a
seiva que tem que correr pelo tronco da Igreja e por todos os ramos,
produzindo os frutos que Deus quer. Por isso, onde exista pastoral, “aí deverá
estar a Escritura com sua multiforme
presença, tão rica e pedagógica” [18].
Se desse modo compreende-se a “pastoral bíblica”, sua
mudança de nome é uma necessidade. Ao invés de pensar na “pastoral bíblica”,
entendida “a Bíblia” como objeto de uma pastoral específica, deve se pensar na Escritura como fonte de evangelização.
Nisso se funda seu novo nome de animação
bíblica da pastoral[19] ou animação bíblica de toda a
pastoral ordinária e extraordinária[20] como também pode ser chamada animação
bíblica do discipulado missionário. A Sagrada
Escritura, enquanto consigna a Palavra que salva, está chamada a ser a alma e o coração da missão evangelizadora,[21]
uma privilegiada
mediação do encontro com Jesus Cristo vivo, de onde brota “uma autêntica
conversão e uma renovada comunhão e solidariedade” [22].
Em
síntese:
§ Se o movimento bíblico se
ocupou da difusão de bíblias e do conhecimento dela entre os católicos, pela penosa situação desses em relação com o
mundo protestante e evangélico, e
§ Se a pastoral bíblica tinha
por objeto de sua atividade a Bíblia e se apresentava como uma pastoral a mais
entre as diversas pastorais que se criavam para evangelizar.
§ A animação bíblica quer que a
Palavra de Deus que a Sagrada Escritura transmite,
seja – na pastoral orgânica da Igreja – “a seiva” e “o coração” que torna
realidade o encontro com Jesus Cristo em todas as instâncias pastorais.
Precisamente par
isso BENTO XVI escreveu sua Exortação Apostólica Verbum Domini, “para valorizar a Palavra divina na vida da Igreja”
de forma que seja “fonte de constante renovação” e “cada vez mais o coração de
toda atividade eclesial”[23].
2.- Formação dos cristãos e Palavra de Deus
A animação bíblica da pastoral do Povo de Deus exige
cristãos bem formados nas Sagradas
Escrituras, particularmente os que desempenham serviços e ministérios na
Igreja. Pensa-se de modo especial nos catequistas. E isso, não porque os fieis
cristãos somente sejam objetos da animação bíblica, senão também, pelo fato de
que, por seu Batismo e Confirmação, são verdadeiros membros do Povo de Deus e,
por isso mesmo, protagonistas do anúncio da boa nova do Reino.
O novo Povo de Deus é a comunidade dos discípulos de
Jesus dotado de ministérios e carismas (Rm 12, 6-8; 1Cor 12, 4-10.28-31; 1Pd 4,
10-11),[24]
onde em virtude de sua pertença real a ele, cada membro torna-se partícipe da
função sacerdotal, profética e real (ou pastoral) de seu Senhor Ressuscitado[25] .
A este Povo de
Deus, localizado no mundo e dotado dessas funções, corresponde a missão de
testemunhar que Jesus de Nazaré – enquanto Messias e Filho de Deus (Mc 1, 1) –
é a Boa Nova do Pai que faz presente seu Reino (At 1, 18), suscitando a
comunhão dos homens com Deus e dos homens entre si[26].
A comunidade de Jesus, portanto, desde sua fundação, “é toda ela missionária e,
cada um em seu próprio estado de vida, está chamado a dar uma contribuição
incisiva ao anúncio cristão”[27].
Por isso que não somente bispos e sacerdotes sejam os protagonistas da missão
confiada, mas também – e por direito próprio – os fieis leigos, porque são
parte no novo Povo de Deus em razão do Batismo.
Por pertencer a Igreja, viver inserido no mundo e
gerir as realidades seculares, o serviço próprio que o leigo tem que prestar é a animação bíblica das culturas e da
sociedade, partindo de sua vida pessoal e familiar.
Por isso a necessidade de centros de formação para
leigos e missionários nos quais “se aprenda a compreender, viver e anunciar a
Palavra de Deus”[28]. Os
três últimos verbos empregados apontam não somente a centros que formem no
conhecimento e interpretação da Bíblia (compreender),
mas também a que ensinem a atualizar na própria existência pessoal e familiar a
Palavra de Deus (viver) e a
testemunhar a Palavra de vida a todos os homens (anunciar).
Desse modo, pelo desempenho autenticamente cristão dos
leigos no mundo, a Palavra de Deus pode ser para todos sua “rocha” e seu “farol” [29].
II. Como organizar a ABP na vida e na missão
da Igreja?
3. As estruturas pastorais da Igreja
1.1 Nível diocesano
§ Bispos e seus delegados (cf. Pastores Gregis, n. 15 de João Paulo II).
§ Equipe de ABP (ou equivalente). Que esteja presente nas diversas
realidades: gênero, estado, setores, etc. Que preste serviços as paróquias e
aos movimentos e instituições. Que tome contato com as diversas expressões de
Pastoral Bíblica presentes na diocese.
§
Paróquias. Também tem sua própria equipe como a
anterior. Que tenha pelo menos um delegado para conectar-se com a equipe diocesana.
1.2 Nível nacional
§ Criação da seção de ABP com seu respectivo Bispo ou Comissão Episcopal.
Deveria ser independente de outras comissões.
§ Equipe de apoio que represente o melhor possível, a realidade da nação
(semelhante ao que se indicou para a comissão diocesana). É importante que se
integrem pastoralistas e biblistas-exegetas junto àqueles que têm a experiência
da animação bíblica da pastoral de maneira concreta e cotidiana. Deverá existir
um ministério de unidade: tomar contato e ponderar as diversas tarefas que já
se realizam no país. Fazer um elenco das tarefas de todos e fazê-las conhecer. Ajudar
a partilhar recursos e esforços. Priorizar o serviço nas zonas mais desprovidas
ou excluídas.
§ Reunião anual dos delegados diocesanos da ABP. Propiciar uma reunião
anual onde possam participar as equipes diocesanas (ou pelo menos algum
delegado) e os diversos âmbitos que trabalham na ABP na nação. Aproveitar este
espaço como uma instância de conhecimento, intercâmbio fraterno e formação.
Além dos temas, especificamente bíblicos, seria importante fortalecer os temas
que em nível de Igreja e de país vão se
desenvolvendo.
1.3 Nível latinoamericano
§ CEBIPAL DO CELAM: Centro Bíblico
Pastoral para a América Latina e Caribe do Conselho Episcopal Latinoamericano.
§ FEBI-LAC: Federação Bíblica
Latinoamericana. Encontros do comitê executivo e encontros regionais.
§ CLAR: Conferência Latinoamericana
e Caribenha de Religiosos. Plano Global
1.4 Vida consagrada: congregações, províncias.
1.5 Movimentos apostólicos, novas comunidades laicais
e CEBS
1.6 Outros âmbitos ou instituições com alcance
nacional e ou latinoamericano.
2. Estratégias para a implementação da ABP nas
estruturas pastorais da Igreja
2.1
Plano
. A nível nacional
§ A comissão nacional, junto com os delegados nacionais, prepara um plano
de ABP. O ideal é fazê-lo no contexto de um Congresso ou Encontro nacional de
ABP.
§ Considerar as orientações latinoamericanas.
§ Adaptação à realidade social e eclesial do país.
. A nível diocesano
§ A Comissão diocesana elabora um plano trienal de ABP considerando seu
contexto social e eclesial próprio, assim como suas linhas pastorais
específicas.
§ Convocam-se todas as paróquias, pequenas comunidades, movimentos, congregações.
2.2 Apoio fraterno entre as Igrejas Particulares
. Serviço do CEBIPAL-CELAM
§ Cada três anos realiza-se um Encontro Latinoamericado de ABP convocado
pelo CEBIPAL-CELAM.
§ Neste encontro se avalia o caminhar latinoamericano, a partir daquilo
que apresentam as Conferências Espiscopais, e – a partir do discernimento – se
projetam os anos seguintes.
§ O CEBIPAL se encarrega, por delegação das Conferências Episcopais, das
tarefas de caráter latinoamericano (não eventos locais): workshops, materiais,
sessões de estudo, comunicação. Para isso administra recursos econômicos.
§ Motiva-se as dioceses ou países que todavia não entram no caminho da
ABP.
.
Serviço da FEBIC-LAC
§ A FEBIC-LAC faz de seus encontros latinoamericanos e regionais ocasiões
para retomar o compromisso de seus membros com a ABP e promove uma reflexão que
permita dar novos passos a esse respeito.
§ Motiva-se os membros que todavia não entraram no caminho da ABP.
§ A FEBIC-LAC dá apoio as iniciativas da ABP de seus membros, serve de
enlace com as experiências que surgem em outros continentes, partilhando com
eles os progressos da ABP na América Latina.
2.3 Os recursos humanos e materiais são necessários
para a implementação da ABP
§ Formação específica de agentes:
·
Ordinária.
·
Extraodinária.
§ Elaboração de material
2.4 Sugestões de
tempos e atividades oportunas para a implementação da ABP
§ Missões.
§ Ano litúrgico.
§ Retiros espirituais.
§ Assembleias pastorais.
§ Celebrações eclesiais.
§ Semanas bíblicas e ou teológicas.
§ Escolas de formação bíblica.
2.5 Processo de transferência a outras áreas pastorais
§ Estabelecer diálogo a partir da ABP com cada uma das áreas pastorais
específicas para que se nutram da Palavra.
§ Apoios concretos que podem ser dados a cada uma das áreas pastorais.
§ Enriquecimento da ABP a partir da experiência particular de cada área
pastoral.
2.6 Avaliação e retorno criativo da ABP: uma ABP que se repensa a partir
da experiência
§ A avaliação como atitude de constate apredizagem.
·
A revisão constante é uma atitude evangélica.
·
Avaliam-se os processos, as pessoas, os meios, as
realizações, as deficiências.
·
Escutam-se novos chamados da realidade.
·
É importante entender a avaliação como oportunidade de
crescimento na compreensão da ABP.
·
A avaliação ajuda a assinalar as novas rotas para a
ABP.
§ Tempos especiais de avaliação.
·
Cada atividade.
·
As equipes: anualmente. Oxalá no meio de uma jornada
espiritual.
§ Canalizar os resultados das avaliações.
·
Às equipes responsáveis.
Ao CEBIPAL e à FEBIC: nas reuniões que se convocam
em nível regional e latinoamericano servirão de reflexão e de propostas para os
novos núcleos temáticos a serem aprofundados e encaminh
[5] M. De França, Aparecida: a hora da América Latina, São Paulo 2006, 32; cfr. 32-34. Cfr. A.
Brighenti, Reconstruyendo la
esperanza. Cómo planear la acción de la Iglesia en tiempos de cambio,
México DF. 2001, 33-43.
[6] «Nos referimos, para mencionar
alguns, ao clericalismo, aos intentos de voltar ao passado, a leituras e
aplicações secularizadas da renovação conciliar, a ausência de autocrítica, de
uma autêntica obediência e de exercício evangélico da autoridade, aos
moralismos que debilitam a centralidade de Jesus Cristo…», Consejo Episcopal Latinoamericano, Síntesis de los aportes recibidos para la V
Conferencia General del Episcopado Latinoamericano, Bogotá 2007, n. 79; ver
n. 83. Cfr. Documento de Aparecida,
n. 100b.
[14] Bento XVI, Verbum Domini,
n. 1; a Palavra de Deus é o coração mesmo da vida cristã (n. 3) e deve ser
acolhida no coração dócil e orante de cada crente (nn. 66; 80). Cfr. Sínodo dos Bispos, Instrumentum laboris, nº 32, onde se pede «uma pastoral
continuamente animada pela Biblia»; Idem,
Relatio post disceptationem, parte
III, onde se pede que a Palavra de Deus seja “a alma de toda a pastoral”.
[18] C. Mora, Nuevas formas de leer la Biblia en la
Iglesia, México D.F. 1998, 118.
[21] Documento de
Puebla, n. 372.
[22] João Paulo II,
Ecclesia in America, nº 12.
[24] O Espírito Santo que confia os diversos ministérios à Igreja-Comunhão a
enriquece também co carismas e impulsos particulares “seja enquanto expressões
da absoluta liberdade do Espírito que os doa, seja como resposta as múltiplas
exigências da história da Igreja”, João
PaUlo II, Christifideles laici,
n° 24; cfr. ns° 21-23.
[25] Quando se fala “da função sacerdotal” do laico, trata-se do “sacerdócio
comum dos fieis” (Rm 12,1-2), que não é de grau inferior ao sacerdócio
ministerial, mas uma realidade distinta com função diversa.
[26] João Paulo II, Christifideles
laici, n. 8: a Igreja “é mistério porque é amor e a vida do Pai, do Filho e
do Espírito Santo são o dom absolutamente gratuito que se oferece a quantos
nasceram da água e do Espírito (cfr. Jo 3, 5), chamados a reviver a comunhão
mesma de Deus e a manifestá-la e comunicá-la
na história (missão)”.
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